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Writer's pictureMarta Sofia Ribeiro

Auto-golpe ou "vítima de assédio antidemocrático"? 6 perguntas sobre o que se passa no Peru

Desde dia 7 de dezembro já morreram mais de 20 pessoas no Peru. O Congresso destituiu Pedro Castillo, Dina Boluarte assumiu o poder. Os peruanos saíram às ruas contra um golpe de Estado, mas não há acordo sobre quem o começou. O ex-Presidente está em prisão preventiva durante 18 meses e as próximas eleições estão marcadas para abril de 2024, dois anos antes do que estava previsto.
Fotografia: Agencia Anadolu

O que está a acontecer no Peru?

Já morreram mais de 20 pessoas, e o número tende a aumentar. Os protestos começaram ainda antes da votação do impeachment. Quando Pedro Castillo anunciou a dissolução do Congresso e a implementação de um “governo de exceção” gerido por decretos-lei, a população saiu à rua. O então presidente declarou ainda recolhimento obrigatório entre as 22h e as quatro da manhã. Na primeira semana de protestos, morreram oito pessoas, cinco das quais adolescentes. As manifestações começaram nas zonas mais pobres do sul do Peru, mas, à medida que o tempo foi avançando, chegaram a todo o território.


A Polícia Nacional do Peru escreveu um tweet a informar da sua ação sobre a situação. A acompanhá-lo, havia ainda uma imagem que parecia mostrar Castillo já detido, depois de o Congresso ter votado a sua destituição. O tweet chegou a estar afixado na página, mas mais tarde foi eliminado. A mensagem que tinha sido publicada no site do Governo, a confirmar a detenção do ex-chefe de Estado, seguiu o mesmo caminho.


Tweet apagado pela Polícia Nacional Peruana

O atual governo provisório é liderado por Dina Boluarte, vice-presidente do executivo de Castillo. É a primeira mulher no cargo e, em menos de um mês já teve dois executivos. A decisão de passar a liderança para Boluarte partiu dos deputados que, depois de votarem a destituição de Castillo, convocaram-na para assumir a presidência no Congresso.


Devido aos protestos, o governo provisório declarou estado de emergência durante 30 dias. Esta medida traduz-se, entre outras coisas, numa perda de direitos de reunião e livre circulação do país, e permite que as forças de segurança revistem casas sem necessidade de ordem judicial.


Durante algum tempo os protestos acalmaram, mas o governo peruano já mobilizou militares perante um possível regresso. O ministro da Defesa assegurou que as Forças Armadas apoiarão a Polícia Nacional Peruana, devido a um decreto de emergência emitido pelo governo provisório de Boluarte. O executivo garante que já foram identificadas as zonas onde podem vir a ocorrer protestos mais violentos, a partir de 4 de janeiro.


No dia 26 de dezembro, seis pessoas, incluindo três polícias, foram detidas por alegado envolvimento num caso de corrupção ligado a Pedro Castillo.

Quais os desafios do executivo de Dina Boluarte?

Quais são os antecedentes desta crise?

O que reivindicam os manifestantes?

Como é que a comunidade internacional vê esta situação?

Quando haverá eleições?


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